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Verdades sobre o Consumo de Papel

"É verdade que a questão ambiental está no centro das discussões contemporâneas. Nada mais justo. O consumo consciente e o respeito ao meio-ambiente devem ser preocupações constantes de todos. Não há um só ser racional que não anseie preservar o planeta para seus sucessores. E mais, corremos contra o tempo, já que por anos negligenciamos os alertas da Mãe Natureza.

Porém, devemos desmentir alguns mitos. Muitos recebemos, diariamente, mensagens que são acompanhadas com frases do tipo: "só imprima esta mensagem se for realmente necessário. Responsabilidade Social: esse é o nosso papel", ou então: "Pense em sua responsabilidade com o meio-ambiente. As árvores agradecem". Na mesma linha, recentemente, uma grande TV por assinatura veiculou um comercial em que uma árvore derrubada no meio de uma floresta se transformava num guia de programação chegando à casa do assinante de sua concorrente. E o áudio deixava claro o apelo ambiental: "você não acha um absurdo derrubar uma árvore só para saber o que vai passar na tv?". Estrago feito.

Ao contrário das mensagens acima, a verdade é que 100% dos impressos em papel fabricado no Brasil provêm de florestas plantadas. E delas também vem o papel que você usa na sua impressora, seja em casa ou no trabalho. Trocando em miúdos, nenhuma árvore nativa da Floresta Amazônica ou da Mata Atlântica corre o risco de ser derrubada porque você imprime seus emails ou recebe revistas ou jornais na porta de casa.

Isto acontece porque são cultivadas florestas inteiras destinadas exclusivamente à produção industrial de celulose, a matéria-prima do papel. Árvores que por sinal sequer seriam plantadas se não houvesse consumo de papel que justificasse seu cultivo. E mais, considerando que para cada trecho de floresta plantado com destino à fabricação de celulose, as indústrias papeleiras, em contrapartida, são obrigadas a reflorestar áreas nativas degradadas por terceiros, seja pelo extrativismo vegetal ou pela ampliação dos limites agrícolas, podemos afirmar que o consumo do papel contribui decididamente para reestabelecer o equilíbrio ambiental. Além do fato do papel ser biodegradável e reciclável. Escolheram o vilão errado.

Por outro lado, também no Brasil, a descoberta de petróleo em grande volume nas profundezas do oceano, o chamado Pré-sal, é tratada como o achado do século, pelo seu potencial de geração de renda e divisas para o nosso país. Verdade. Se bem administrados estes recursos podem representar muitos avanços sociais e econômicos. Porém não ouvimos uma só crítica ou lamento que seja sobre os malefícios que a queima de bilhões e bilhões de barris de petróleo trarão ao clima do planeta.

Também é comum observarmos o símbolo do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) em propaganda de automóveis, com o objetivo claro de apresentar o produto como ambientalmente amigável. Outra falácia. Automóveis, independente do combustível que utilizem, são grandes poluidores do ambiente.

Outros exemplos se sucedem, porém nosso objetivo aqui não é apontar mocinhos e bandidos. É apenas reafirmar que não podemos acreditar em tudo que nos dizem ou escrevem. De resto, imprima este texto, copie, distribua. A natureza e a verdade agradecem.

Atenciosamente,
VICENTE DI GIORGIO
Industrial e Economista